Comemora-se a 31 de outubro o Dia Mundial da Poupança, tendo em vista sensibilizar os consumidores para a criação de hábitos de poupança e de prevenção do sobre-endividamento.
Nunca como hoje se afigura importante refletir sobre os nossos hábitos de consumo, o nosso nível de despesas e a necessidade de conduzir o nosso futuro financeiro com alguma previsibilidade e conforto.
Em períodos de inflação, com o preço dos bens a disparar, ainda se torna mais difícil falar da necessidade de poupar. Felizmente, neste momento, com o crescimento dos bens a aproximar-se dos 2%, a poupança volta a estar na ordem do dia.
Poupar resume-se a uma questão de atitude, com muitos a afirmar que com rendimentos baixos não é possível poupar, já que as despesas essenciais consomem todo o rendimento disponível. Na verdade, não é assim, isto é uma desculpa falaciosa.
Muito bem, então vamos começar justamente por aí, vamos passar as nossas despesas mensais a pente fino, porque o segredo pode estar aí mesmo. Comece por colocar numa folha de papel física ou virtual todas as suas despesas mensais e questione: são elas todas verdadeiramente essenciais? Onde posso cortar?
Não se trata apenas de questionar, se, por exemplo, os 40€ que gasta por mês no ginásio são importantes ou não, porque de facto a resposta pode ser positiva. Para alguns, esta é uma despesa, e muito bem, que corresponde a um serviço de que não prescindem, porque o exercício físico que aí praticam lhes dá bem-estar físico e mental. Mas para outros que raramente lá poem os pés, pode ser algo de que facilmente podem prescindir.
Mas mesmo despesas essenciais como a conta da luz precisam ser revisitadas: analise o seu consumo concreto de eletricidade e a respetiva fatura. Por um lado, facilmente consegue diminuir o consumo de energia com algumas medidas simples (embora às vezes isso, só por si implique um investimento inicial, em lâmpadas led ou painéis solares ou fotovoltaicos) e alguma autodisciplina (apagar as luzes quando não são precisas), por outro, com a liberalização do mercado de energia, uma simulação pode concluir que existem ofertas de energia mais baratas do que aquela que tem neste momento contratada. Como aqui não existem fidelizações, é fácil mudar de comercializador. Já verificou na sua fatura da luz se está a pagar por serviços (relativos a packs de saúde, seguros e de serviços de reparação) que não tem interesse prático em manter ou que nem sequer tinha consciência de ter contratado, mas está a pagar?
E os contratos de crédito (sobretudo à habitação) e os seguros? Já pensou em sondar o mercado e concluir que pode fazer baixar significativamente a prestação do empréstimo ou a apólice do seguro de vida associado ao crédito à habitação ou do seguro do carro?
Com os serviços de comunicações eletrónicas também há muito trabalho que pode ser feito. Precisa efetivamente de todos os serviços que tem contratados? Quando termina a sua fidelização? Vamos então verificar junto das outras operadoras que preços oferecem pelos mesmos serviços e, se forem menores, ponderar mudar de operadora.
A celebração de contratos de crédito e de prestação de serviços continuadas como todos os referidos anteriormente e outros, alocam fatias significativas do orçamento familiar e condicionam a nossa liberdade financeira de forma significativa. É sempre uma questão de opção individual. Tenho a certeza de que, apenas no corte das gorduras nas despesas habituais referidas supra (e muitas outras poderiam ser referidas também com impacto significativo no orçamento das famílias), vai com certeza conseguir gerar uma boa poupança.
Agora, o mais importante é que se concentre em não encontrar novas fontes de despesas para canalizar essa poupança. Estes 100 ou 200€ que vai conseguir poupar mensalmente devem ser colocados de parte, numa poupança para utilizar no futuro. Pode ser o financiamento das suas próximas férias de Verão, a compra de um eletrodoméstico em fim de vida, ou então pôr de lado simplesmente para fazer face a um imprevisto ou até começar a pensar na sua reforma.
Por falar nisso, já pensou em criar um plano de poupança reforma (PPR)? Para além de estar a preparar um complemento para a sua reforma, pode ainda gerar um rendimento extra (juros) e obter um crédito fiscal em função da idade.
Caso pretenda saber mais sobre este assunto, contacte o CNIACC – Centro Nacional de Informação e Arbitragem de Conflitos de Consumo na R. D. Afonso Henriques, n.º 1 (Ed. da Junta de Freguesia da Sé) 4700-030 BRAGA * telefone: 253 619 107 * correio eletrónico: geral@cniacc.pt * www.cniacc.pt, ou os serviços do polo de Viseu a partir de 7 de outubro, no Largo de Santa Cristina (Casa Amarela) * telefone:232451135 * correio eletrónico: viseu@cniacc.pt.